Carlos Fernando dos Santos Lima ex-chefão da Lava Jato agora admite: Bolsonaro era o candidato da operação.
Carlos Fernando dos Santos é um advogado e consultor em compliance.
Bacharel pela Faculdade de Direito de Curitiba, se graduando em 1980,
Foi procurador Regional da República, lotado na Procuradoria Regional da República da 3º região em São Paulo.
Fonte; Wikipédia
Principais trabalhos: Ex Investigador da Operação Lava Jato.
“É evidente que, dentro da Lava Jato, dentro desses órgãos públicos, de centenas de pessoas, existem lava-jatistas que são a favor do Bolsonaro”,
revelou na GloboNews
Indagado por Renata sobre o alinhamento, Carlos Fernando Respondeu:
“Infelizmente, no Brasil, nós vivemos um maniqueísmo, né? Então nós chegamos… Inclusive, no sistema de dois turnos, faz com que as coisas aconteçam dessa forma.
É evidente que, dentro da Lava Jato, dentro desses órgãos públicos, de centenas de pessoas, existem lava-jatistas que são a favor do Bolsonaro.
Muito difícil seria ser a favor de um candidato que vinha de um partido que tinha o objetivo claro de destruir a Lava Jato. Seria muito difícil acreditar que…
Renata interrompe: “Você está se referindo a Fernando Haddad?”
E Carlos Fernando retoma:
“A Fernando Haddad, obviamente. Então nós vivemos este dilema: entre a cruz e a caldeirinha; entre o diabo e o coisa ruim, como diria o velho Brizola. Nós precisamos parar com isso.
Nós realmente temos que ter opções. Infelizmente, um lado escolheu o outro. E, naturalmente, na Lava Jato, muitos entenderam que o mal menor era Bolsonaro.
Eu creio que essa era uma decisão até óbvia, pelas circunstâncias que Fernando Haddad representava justamente tudo aquilo que nós estávamos tentando evitar, que era o fim da operação. Agora, infelizmente, o Bolsonaro está conseguindo fazer”.
Retomo
Vejam que fabuloso!
Lembro que um presidente da República não tem autoridade para pôr fim a operação nenhuma.
Chame-se Dilma, Bolsonaro ou Fernando Haddad. Até porque, fosse assim, a então presidente petista o teria feito, já que a operação nasceu durante o seu governo, em 2014.
O que se tem aí é a confissão de que a operação que, na prática, retirou um candidato da disputa — refiro-me a Lula — alinhou-se, de forma antes apenas clara, e agora confessa, a seu adversário.
Diálogos revelados pelo site The Intercept Brasil evidenciaram que Sergio Moro chegou a oferecer a Dallagnol uma possível testemunha contra o ex-presidente. Fez mais: criticou o trabalho de uma procuradora, que não estaria sendo efetiva como ele, Moro, esperava no caso. Dallagnol a substituiu.
Pois é…
O QUE ESCREVI EM JUNHO DO ANO PASSADO
Escrevi uma coluna na Folha no dia 8 de junho no ano passado intitulada “Bolsonaro é o nome da Lava Jato”. Adivinhem… Deltan Dallagnol foi para as redes sociais me ofender, claro!
Lembro o que está lá:
“Gente que conhece o MPF por dentro e pelo avesso assegura que os Torquemadas torcem é por Bolsonaro. Li trocas de mensagens de grupos do WhatsApp que são do balacobaco. E assim é não porque os senhores procuradores comunguem de sua visão de mundo –a maioria o despreza–, mas porque veem nele a chance de fazer ruir o “mecanismo”, que estaria “podre”.
Os extremistas do MPF, do Judiciário e da PF, onde o candidato é especialmente popular, concluíram que o “Rústico da Garrucha & dos Bons Costumes” lhes abre uma janela de oportunidades para impor a sua agenda.
Querem ser, e isto é para valer, o “Poder Legislativo” de um regime que fosse liderado pelo bronco.
Não creio que logrem seu intento e, tudo o mais constante, estão cavando seu próprio fim como força interventora na política.
Isso, em si, será bom. A questão é quem vai liderar o desmanche. Centro pra quê? Por enquanto, meus caros, o processo segue sem centro, sem eixo, sem eira nem beira.
A instabilidade será longa.”
E aí, Carlos Fernando, o que me diz?
Como você pode notar, antevi até a derrocada de vocês em razão da escolha que haviam feito. O que lhe parece?
Uma vez você me chamou de cachorro.
Cachorro quem sabe… Burro nunca!
Por Reinaldo Azevedo
Fonte Principal; "PT ORG"
https://pt.org.br/ex-chefao-da-lava-jato-agora-admite-bolsonaro-era-o-candidato-da-operacao/