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BOMBA! DALLAGNOL ESTÁ INELEGÍVEL POR 8 ANOS! ADVOGADOS EXPLICAM!
1461 visitas - Fonte: ConJur

Os magistrados e os membros do MinistĂ©rio PĂșblico que pedem exoneração ou aposentadoria voluntĂĄria na pendĂȘncia de processo administrativo disciplinar sĂŁo inelegĂ­veis por oito anos.

É o que determina o artigo 1Âș, inciso I, alĂ­nea "q", da Lei Complementar 64/90, incluĂ­do pela Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135, de 2010).

O dispositivo tambĂ©m prevĂȘ a inelegibilidade, pelo mesmo perĂ­odo, se houver aposentadoria compulsĂłria por decisĂŁo sancionatĂłria ou perda de cargo determinada por sentença.



Advogados ouvidos pela ConJur entendem que:

Sim, a regra se aplica ao procurador Deltan Dallagnol, que anunciou nesta quinta (4/11).

Sua saĂ­da do MinistĂ©rio PĂșblico para tentar ingressar definitivamente na carreira polĂ­tica Caso consiga superar a literalidade da Lei da Ficha Limpa, jĂĄ que um processo administrativo disciplinar (PAD) contra ele estĂĄ pendente no Conselho Nacional do MinistĂ©rio PĂșblico (CNMP).

O dispositivo previsto pela Lei da Ficha Limpa visa impedir a renĂșncia ao cargo.

Com o objetivo de preservar direitos polĂ­ticos.
antes de uma sanção que tambĂ©m determinaria eventual inelegibilidade.  

 Um grĂŁo de sal

O porta-voz do consĂłrcio curitibano da "lava jato" foi alvo de 52 reclamaçÔes disciplinares no CNMP. Desse montante, trĂȘs viraram PADs. Em um deles, relativo ao famigerado caso do PowerPoint, houve prescrição. Nos demais, Dallagnol foi condenado, tendo recebido as penas de censura e de advertĂȘncia.

No caso do PAD que gerou a advertĂȘncia, no entanto, Dallagnol acionou o Supremo Tribunal Federal. O ministro Luiz Fux concedeu entĂŁo uma liminar para que, atĂ© o julgamento de mĂ©rito pelo STF, o CNMP deixe de considerar essa pena na anĂĄlise das medidas a serem eventualmente impostas nos outros dois PADs. Isso porque, se a advertĂȘncia fosse levada em conta, as futuras condenaçÔes do ex-membro da "lava jato" poderiam ser agravadas.

Portanto, ainda pesa um PAD pendente contra Dallagnol. Para Marcelo Peregrino Ferreira, advogado e doutor em Direito pela UFSC, o pedido de exoneração feito por Dallagnol, com a pendĂȘncia desse PAD, gera, de fato, sua inelegibilidade. "Observa-se que o procedimento administrativo sancionatĂłrio nĂŁo carece de chegar ao fim, nĂŁo sendo, sequer, a ’verdade’ buscada. A inelegibilidade surge de uma presunção jure et jure da renĂșncia ou pedido de aposentadoria ou exoneração (por magistrados e membros do MinistĂ©rio PĂșblico) como confissĂ”es de ilĂ­citos", afirma.

"Na realidade, Dallagnol sĂł poderia pedir a exoneração apĂłs o fim dos processos administrativos disciplinares. A regra existe exatamente para impedir que um promotor faltoso fuja da punição. Se pedir na pendĂȘncia de processo disciplinar, pouco importando o resultado, estĂĄ inelegĂ­vel", conclui.



Walber de Moura Agra, procurador de Pernambuco, advogado e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) expica que um caso Ă© o tipificado na alĂ­nea "m" do artigo 1Âș, I, da LC 64/90, que prevĂȘ a inelegibilidade dos excluĂ­dos do exercĂ­cio da profissĂŁo, por decisĂŁo sancionatĂłria do ĂłrgĂŁo profissional competente, em decorrĂȘncia de infração Ă©tico-profissional. Para sua configuração, Deltan teria que ser excluĂ­do do MP, o que nĂŁo foi o caso. E, como Ă© bem cristalino, a sanção Ă© apenas para os que forem excluĂ­dos, nĂŁo os que receberam outras penalidades.

PorĂ©m, outra situação Ă© prevista na alĂ­nea "q". Para Agra, essa hipĂłtese de inelegibilidade incidiria plenamente se Deltan pedir exoneração, uma vez que um PAD estaria pendente. AlĂ©m disso, o advogado considera que, com a decisĂŁo do ministro Fux, a questĂŁo passou Ă  esfera de Direito PĂșblico. Assim, mesmo que Dallagnol desista de sua ação no Supremo, na tentativa de "encerrar o PAD", a questĂŁo passou a ser de verificação do devido processo legal.

O advogado Marco Riechelmann vai na mesma linha. Mesmo com o processo no STF, Deltan pode ser enquadrado pela Lei da Ficha Limpa. Isso porque a liminar concedida pelo ministro Fux é uma decisão precåria e o processo poderia gerar efeitos futuros caso não houvesse exoneração.

"Se o membro do MinistĂ©rio PĂșblico que se exonera tem PADs pendentes contra si, entendo que a causa de inelegibilidade incide mesmo que estes estejam suspensos por determinação judicial. Isso porque houve apenas o sobrestamento do processo, nĂŁo tendo uma decisĂŁo definitiva de mĂ©rito", explica..

(CrĂ©dito: Thiago dos Reis )
Por; PlantĂŁo Brasil, 06/10/2021 - 17h30 - Atualizado em 06/10/2021 - 19h24
Fonte "PLANTÃO BRASIL", Origem; 06/10/2021.
 

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